Em entrevista, Padre Alcimar destaca a importância em refletir sobre as causas e soluções para a fome

Neste ano, no período da Quaresma, em que acontecem diversas atividades para refletir o tema Fraternidade e Fome, proposto pela Campanha da Fraternidade 2023, é veiculado na Rádio Rio Mar o Programa Fraternidade e Fome, de segunda à sexta-feira, das 19h às 20h, com entrevistas para aprofundar o tema da fome, momentos oracionais e de reflexão com os ciclos bíblicos, Ofício Divino das Comunidades e Via-Sacra, transmitidos pelas ondas da Rádio, sintonizando 103,5 FM, e pelo facebook e youtube da Rádio Rio Mar (@RadioRioMarFM)

Na última segunda-feira (27/2), o programa ficou sob a condução de Patrícia Cabral e Francisco Tote e eles entrevistaram o vice-presidente da Cáritas de Manaus e pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo, o padre Alcimar Araújo, que abordou pontos importantes sobre a necessidade de se refletir, vivenciar e entender a problemática da fome, assim como pensar formas de agir em nível pessoal e comunitário para minimizar e até buscar meios para resolver o problema que cresceu muito no período da pandemia.

“A Campanha da Fraternidade traz temas importantes e relevantes que tem a ver com a vida de todas as pessoas, portanto, de todos os brasileiros. Como ela ainda tem uma força, é uma voz importante pra gente trazer para a sociedade a discussão de temas que às vezes são invisibilizados, não são mais discutidos.  É muito importante que se discuta a fome, suas causas e suas soluções”, destacou Pe. Alcimar.

Sobre o objetivo da campanha de sensibilizar a sociedade e a igreja para enfrentarem o flagelo da fome sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs por meio de compromissos que transformem esta realidade, padre Alcimar afirmou que igreja tem importantes trabalhos sociais no mundo inteiro, porém, não é suficiente, pois grande parte da igreja ainda mostra indiferença para com os pobres, mas é preciso estar atendo para a necessidade de cuidar dos que mais precisam, pois isso é um modo concreto de ser cristão.

“Esta campanha é de fraternidade e mostra que todos somos irmãos e irmãs, portanto, temos responsabilidade uns para com os outros, e alguns são escolhidos para cuidar dos outros. E nós, como igreja, precisamos nos atentar para isso e levar muito a sério o que pede a campanha, tomar consciência sobre o mandato de Jesus que diz ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’, e isso é um modo muito concreto de ser cristão. […] A solução não é fácil. Não basta simplesmente dar bolsas, visto que é uma solução paliativa, embora necessária no momento de carência, mas não resolve o problema. Para resolver o problema tem que haver mudanças estruturais, não só políticas públicas. Isso significa mudar o modo da gente se organizar para a gente garantir que haja mais empregos”, declarou pe. Alcimar.

Durante sua fala, Padre Alcimar convidou os ouvintes a fazerem uma visita a uma família em situação de extrema pobreza e ter a experiência de ver a triste realidade em que vivem, a fome que passam sem saber se em algum momento terão algo pra comer. “Eu convido a todos. Quem quer realmente se sensibilizar, que visite, encontre, veja.  Se ver uma pessoa mexendo no lixo, contemple a situação dela. Porque se você não fizer isso, vai ser mais uma conversa, uma coisa bonita que a gente vai fazer, mas o coração vai permanecer insensível”, alertou.

O padre também colocou a necessidade de realizar um grande seminário com a presença do governo, da prefeitura, de universidades, do judiciário, de grandes instituições para que se faça um pacto, a fim de que cada um assuma a sua responsabilidade para mudar a situação da fome.

“Essa discussão não pode ficar só entre nós. A responsabilidade além dos cristãos é do estado, do município, cada um tem sua parcela de responsabilidade. Tem que criar políticas públicas seguras. Tentar encontrar maneiras de proporcionar emprego para quem precisa, seja através do fomento da agricultura familiar, ou outra alternativa. Tem que convocar a sociedade para essa discussão. Cada um tem sua responsabilidade. A nossa responsabilidade é pessoal e comunitária, sendo a Cáritas um exemplo disso, de promoção da vida. Ela pode sugerir, ajudar a compreender, e sensibilizar, mas ela não pode fazer políticas públicas. Isso é função do prefeito, do governador, do presidente”, enfatizou.

Acesse o youtube @RadioRioMarFM e assista os programas da Campanha da Fraternidade 2023 que já foram ao ar.

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