Quaresma é, liturgicamente, um tempo extremamente rico onde aprofundamos a nossa fé, o segmento de Jesus, compreendemos em maior profundidade o que significa ser cristão, tentamos compreender o sentido da dor, do sofrimento da Cruz da morte, vislumbrando a ressurreição. Um tempo precioso para o caminho da fé e igreja nos propõe nesse tempo três exercícios: oração, do jejum e da esmola.
O Arcebispo de Manaus, durante a Missa das Cinzas, ocorrida na Catedral Metropolitana de Manaus, no momento da homilia, explicou aos presentes e aos fiéis que acompanharam a celebração pelas redes sociais da Catedral e pelas ondas da Rádio Rio Mar FM 103,5 , a importância deste tempo em que Deus nos convida a fazer exercícios que nos elevam e nos tornam melhores e mais íntimos de Deus.
“Nesta celebração iniciamos o nosso caminho quaresmal. O evangelho está a nos dizer que exercícios deveríamos fazer e como fazê-los. O exercício do jejum, o exercício da esmola, o exercício da oração. Esses exercícios, no modo que Jesus indica, nos ajudam a compreender que, às vezes, podemos estar vivendo a nossa fé e o Evangelho na sua aparência. E o texto do Evangelho de hoje, a nos dizer que a aparência não serve, que há necessidade de uma profundidade, de uma intimidade, de algo velado, escondido, que fica como precioso e que Deus vê. Portanto, não para mostrar para aparentar, mas a tentativa realmente de tentarmos seguir Jesus e viver a profundidade do evangelho” , destacou Dom Leonardo.
“Três exercícios que a igreja sempre, de novo, nos recorda todos os anos no início da nossa Quaresma, mas três exercícios feitos na graciosidade. Três exercícios onde nós, sempre de novo, nos colocamos como pessoas que se sabem amadas por Deus. Pessoas que realmente se colocam diante de Deus jejum para que sempre de novo, haja uma abertura cada vez maior e nós sintamos cada vez mais necessidade de Deus. A necessidade da misericórdia, a necessidade de sermos distribuidores e distribuidoras da misericórdia, mas isso é tudo numa espécie de segredo de intimidade, não intimista, mas intimidade de uma relação profunda e amorosa”, acrescentou o arcebispo.
O arcebispo também pontuou que esse tempo litúrgico ajuda no crescimento e amadurecimento da fé. “Vamos, no caminho da Quaresma, percebendo a grandeza da nossa fé. Uma fé que leva à vida eterna, uma fé na ressurreição. Não somos pessoas que, diante de todas as coisas, os tropeços, as dificuldades, não tem razão. Nós sabemos a razão e o tempo da Quaresma está a nos indicar cada vez, cada ano em maior profundidade, o porquê da fé em Jesus, o porquê de segui-lo”, afirmou o arcebispo.
Após a homilia o arcebispo fez o rito de bênção das cinzas e em seguida distribuiu aos padres e ministros presentes para que estes fizessem a imposição dessas cinzas na fronte (testa) ou cabeça dos fiéis presentes na celebraçaõ, com os dizeres: ‘Arrependei-vos e credes no Evangelho’ (Mc 1,15).
“Nós recebemos as cinzas, recordando a nossa fragilidade, recordando que somos finitos, recordando, no entanto, o nosso desejo de conversão. Ao recebemos as cinzas, coloquemos diante de Deus e peçamos a ele a graça da transformação”, concluiu Dom Leonardo.