Uma Igreja que responde as suas necessidades criando os ministérios oportunos

Pe. Luis Modino

O Sínodo para a Amazônia busca novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Nessa procura faz-se necessário um modo novo de entender alguns
elementos presentes na vida da Igreja, dentre eles os ministérios, que devem ser entendidos em função da necessidade da comunidade e da Igreja da Amazônia. O Instrumento de Trabalho, que é o documento que será discutido pelos padres sinodais na assembleia que vai acontecer no Vaticano de 6 a 27 de outubro, diz que“abrem-se novos espaços em vista de recriar ministérios adequados para este período histórico”.
Seguindo um pensamento muito presente no magistério do Papa Francisco, se insiste em que“é o momento de ouvir a voz da Amazônia e de responder como Igreja profética e samaritana”. Ao mesmo tempo, o Instrumento de Trabalho vê que as sugestões das comunidades “recuperam aspectos da Igreja primitiva, quando ela respondia a suas necessidades criando os ministérios oportunos”. De fato, o processo de escuta sinodal tem confirmado que a realidade da Igreja da Amazônia está marcada por necessidades que não aparecem em outras regiões,o que de manda “novos ministérios para responder de modo mais eficaz às necessidades dos povos amazônicos”.
O Instrumento de Trabalho insiste em “pro- mover vocações autóctones de homens e mulheres, como resposta às necessidades de atenção pastoral-sacramental”. Essa promoção vocacional pode representar uma contribuição decisiva, pois

pode supor um “impulso para uma autêntica evangelização do ponto de vista indígena, se- gundo seus usos e costumes”. O documento de- termina a importância pelo fato de se tratar “de indígenas que apregoem a indígenas, a partir de um profundo conhecimento de sua cultura e de sua língua, capazes de comunicar a mensagem do Evangelho com a força e a eficácia de quem dispõe de uma bagagem cultural”.
Ao mesmo tempo, coloca um elemento que pode resultar em algo decisivo no futuro da Igreja Católica na Amazônia, dizendo que“é necessário passar de uma “Igreja que visita” para uma“Igreja que permanece”, acompanha e está presente através de ministros provenientes de seus próprios habitantes”. Desde essa perspectiva, “para as áreas mais remotas da região”, se faz a proposta de que“se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos, que acompanhem e sustentem a vida cristã”, o que constitui realmente um novo caminho.
Junto com isso, o Instrumento de Trabalho não esquece a importância das mulheres na Igreja da Amazônia, pedindo para“identificar o tipo de ministério oficial que pode ser conferido à mulher, tendo em consideração o papel central que hoje ela desempenha na Igreja amazônica”.

 

 

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