Famílias nas periferias da cidade

Por: Manoel Ramos Pastoral Familiar Arquidiocesana

Muitas famílias que vivem atualmente a realidade das periferias dos grandes centros metropolitanos e assumem a difícil tarefa de educar seus filhos para a vida em sociedade, passam por inúmeras dificuldades que vão desde aquelas ligadas às necessidades de sobrevivência como moradia, segurança, transporte e saúde, até aquelas ligadas à formação moral e escolarização de suas crianças. Há vários estudos que mostram as dificuldades dessas famílias que vivem em situação de vulnerabilidade, no processo de inserção da criança no mundo, por isso, se faz necessária a presença do Estado, mas também a sociedade organizada, onde nos incluímos como Igreja e Pastoral Familiar, para dar o suporte que essas famílias necessitam.

A grande maioria dessas famílias que vivem nessas condições são oriundas do interior e migraram para as cidades em busca de uma melhor condição de vida, mas acabam indo viver nas periferias da cidade e em situação de miséria e pobreza. Por caridade, acabam recebendo suporte para as suas necessidades de uma rede de apoio constituída pela própria comunidade em que vivem. Essa rede pode ser composta pelo grupo de pessoas e instituições, tais como as igrejas, com suas pastorais e movimentos dentre os quais os membros da família transitam e se relacionam. É dever do poder público fornecer um suporte efetivo a essas famílias, mas infelizmente não é o suficiente, por isso, que a sociedade dá esse apoio para tentar não deixar que essas famílias fiquem sozinhas ou isoladas em seus núcleos.
Nas periferias urbanas das grandes cidades, a família tem uma tarefa difícil de educar suas crianças num contexto de dificuldades, inseguranças, violência e falta de apoio social. O pouco apoio que recebem são da sociedade civil organizada, como as igrejas cristãs, sendo a nossa Igreja Católica a mais efetiva nessa ajuda. Assim é o cotidiano dessas comunidades é a amplitude dessa rede interna que consegue informalmente oferecer o mínimo de apoio mútuo, principalmente no que se refere ao cuidado e a educação das crianças.

Há possibilidade das famílias apresentarem efetivamente um bom desempenho em seus papéis de educadoras. A presença de outras pessoas, não só da família, como vizinhos e amigos, a flexibilidade dos horários de trabalho dos familiares, assim como a qualidade dos serviços sociais de saúde e segurança do bairro são de essencial importância para ajudar os pais em suas práticas educativas com as crianças. Mas como sabemos os ambientes não são favoráveis e depende muitos dos pais serem perseverantes e efetivos ao cuidar e de assumir suas responsabilidades de cuidarem de seus filhos e filhas, dando-lhes atenção, carinho e amor.
A violência é algo bastante presente nas vidas das famílias da comunidade, onde assassinatos são frequentes e a segurança pública não inspira confiança. Então a responsabilidade dos pais tem que ser redobrada para evitar que seus filhos possam viver sem se envolverem com coisas ilícitas e/ou em violência, que infelizmente acomete nossos jovens nas periferias.
O processo migratório de famílias inteiras das regiões norte e nordeste em busca de trabalho e de melhores condições de vida foi afastando as pessoas para as comunidades periféricas onde as condições de sobrevivência são adversas e, em muitos casos, insalubres.
Enfim, pode-se afirmar que se não houver apoio e suporte social oferecido por parte do poder público em suas necessidades básicas, como saúde, educação, saneamento básico, transporte, creches, então as famílias passam a contar com solidariedade das redes humanas de proteção e solidariedade. Para essas famílias constituem importante fator para o enfrentamento de adversidades e privação das quais as famílias da comunidade compartilham.
Rogamos à Família de Nazaré, que nos ilumine e nos conduza para que possamos realizar com amor e dedicação o trabalho junto às famílias em especial as das periferias e/ ou as mais vulneráveis.

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