Somos um povo sacerdotal. Somos os sacerdotes do Senhor, chamados ministros do nosso Deus

Homilia do arcebispo de Manaus, Dom Sergio Eduardo Castriani, por ocasião da Missa do Crisma ocorrida na manhã do dia 18 de abril na Catedral Metropolitana de Manaus.

Confira!

Missa do Crisma – 18 de abril de 2019

Senhores bispos,
Caríssimos presbíteros,
Amados diáconos,
Assembleia Santa,

Jesus Cristo fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai. A Ele glória e poder pelos séculos dos séculos. Amém.
Somos um povo sacerdotal. Somos os sacerdotes do Senhor, chamados ministros do nosso Deus.

De maneira especial quando a Assembleia está reunida para a solene liturgia, ela é presença sacerdotal, corpo de Cristo. Pela unção do Espírito, Jesus, o Filho unigênito foi constituído pelo Pai Pontífice da nova e eterna aliança, estabelecendo que seu sacerdócio se perpetuasse na Igreja. A Igreja é sacerdotal quando age na força do Espírito. Por isto pedimos na oração inicial que o senhor nos conceda que participando da sua consagração sejamos no mundo testemunhas da redenção que ele nos trouxe, curando as feridas da alma, levando as pessoas uma coroa em vez de cinza e o óleo da alegria em vez da aflição.

Mas Jesus num gesto de amor, enriqueceu a Igreja com um sacerdócio real. Na sua bondade fraterna escolhe homens que pela imposição das mãos participam de seu ministério sagrado, renovando para o povo o sacrifício da redenção humana, presidindo na caridade e restaurando as pessoas nos sacramentos. Os ministros do altar procuram assemelhar-se cada vez mais ao próprio Cristo.

Hoje quero dirigir-me de maneira especial aos padres. A beleza do sacerdócio ministerial está mais que evidente nos textos da missa de hoje, sobretudo no prefácio. Somos um dom de Deus para a humanidade. Uma humanidade ferida pelo pecado, mas também redimida pelo sacrifício da cruz. Nossa vida é vivida no limiar das dores dos nossos irmãos, mas também penetra na alegria dos corações perdoados e reconciliados. Estar sempre à disposição do Senhor para anunciar a boa nova não é fácil. Mas é necessário. A vida costuma quebrar os nossos esquemas e os nossos planejamentos. Não tem sentido sacrificar uma vida familiar, sucesso profissional e todas aspirações legítimas de uma pessoa normal para depois levar uma vida mesquinha, cheia de exigências, que nos apequenam. Admiro e agradeço aqueles que se dispuseram nos últimos anos a deixar projetos pessoais pelo bem da Igreja. Serão recompensados.

Não estamos sós. Deus está conosco. Mas ele não se impõe, quer ser procurado na oração. A Amazônia é uma região especial para a oração. A proximidade da natureza nos coloca em contato com o poder criador de Deus. A falta da celebração eucarística nas comunidades distantes e mesmo na periferia das grandes cidades não nos faz perder a espiritualidade eucarística que se manifesta no dar vida pelo outro e na presença real que também se dá na assembleia reunida. Mas nós que podemos celebrar a Eucaristia devemos celebrá-la todos os dias, por nós mesmos e pelo povo que nos foi confiado.

A fonte inesgotável da graça está no exercício do nosso ministério. Podemos fazer muita coisa, e como fazemos. Padres em geral são homens ocupados, mas se não levarmos a sério o ministério que nos foi concedido por amor na imposição das mãos, estaremos desperdiçando a razão mesma do nosso sacerdócio.

Muito obrigado a todos vocês que exercem o seu ministério na Igreja de Manaus. É muito bom ser bispo como vocês. Creio poder dizer que há entre nós uma fraternidade que supera em muito as nossas diferenças.

 

Dom Sergio Eduardo Castriani
Arcebispo Metropolitano de Manaus

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