Procissão e missa campal encerram os festejos de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil

Aproximadamente 80 mil pessoas participaram durante essa sexta-feira (12/10) dos festejos em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, que este ano trouxe como tema “Em Jesus, com Maria, restauramos a vida! A programação começou logo de manhã cedo, às 5h30 com uma carreata da imagem da Mãe de Jesus, por algumas ruas próximas ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, seguida do café comunitário partilhado, missas solenes e das crianças. Pela tarde, a programação incluiu: o Ofício de Nossa Senhora às 14h; acolhida, oração e testemunho dos devotos e, por volta das 17h, deu-se início à tradicional procissão pelas ruas do centro e na sequência, a missa campal de encerramento dos festejos, presidida por Dom José Albuquerque, bispo auxiliar de Manaus.

No Brasil, desde 1980, o dia 12 de outubro é comemorado nacionalmente o dia de Nossa Senhora Aparecida, data estabelecida com a consagração da Basílica pelo Papa João Paulo II. Em Manaus, a festa em honra a padroeira é realizada no Santuário de Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida, localizado na rua Alexandre Amorim, bairro Aparecida, zona Sul de Manaus, tendo uma programação que se inicia no dia 3, com o novenário e vai até o dia 13 de outubro, com arraial começando às 19 horas, com um Super Bingão eletrônico, com vários prêmios valiosos, vendido pelo preço de R$ 10,00. Mas não há dúvidas que o grande momento ocorre mesmo no dia 12, com um dia repleto de atividades que atraiu milhares de fiéis ao santuário, que esse ano teve como novidade, a participação de 70 membros da Orquestra Amazonas Filarmônica e do Coral do Amazonas, que se apresentaram durante a missa solene do meio-dia.

E, por volta das 17h, já com o santuário completamente lotado, os devotos  esperavam ansiosamente pelo inicio da procissão, muitos já estavam preparados para pagar promessa, fazendo o trajeto descalços, com tijolo na cabeça ou simplesmente carregando a imagem da padroeira durante todo o percurso, como no caso da dona Nazaré Souza e Silva, que há quase 10 anos participa da procissão com sua família, para honrar uma promessa. “Participo desde 2009 sempre trazendo a imagem em minhas mãos e vou continuar até quando Deus e Nossa Senhora me permitir. Consegui duas graças, uma foi de conseguir minha casa própria e outra foi pelo emprego do meu filho”, comentou a devota emocionada que caminhava junto com o marido, filho, neto e nora.

Devido às obras que estão sendo realizadas em algumas ruas, esse ano o trajeto teve que ser abreviado, tornando a procissão um pouco mais curta, mas nem por isso foi menos participativa. Enquanto os fieis iam em procissão, cantando e orando nas ruas, em cima do carro de som, Pe. Ronaldo Mendonça, Reitor do Santuário, comandava a animação. Segundo o Reitor, o tema escolhido esse ano foi para celebrando os 40 anos da restauração da imagem de Nossa Senhora Aparecida, quebrada em mais de duzentos pedaços após um atentado em 16 de maio de 1978, na Basílica Velha, na cidade de Aparecida, interior de São Paulo.

“Durante a celebração do novenário, tivemos a oportunidade de lembrar quê, assim como a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi restaurada, após ser quebrada em vários pedaços, a nossa imagem de pai, de filho, de leigo, de cidadão e toda a nossa vida cristã também precisa ser restaurada”, comentou Pe. Ronaldo, ao fazer uma analogia referente à imagem que foi restaurada durante 33 dias interruptos pela artista plástica brasileira Maria Helena Chartuni, após ser quebrada em centenas de pedaços. Apesar da grande quantidade de pessoas, tudo ocorreu de forma tranquila e organizada na medida do possível, os fiéis que não puderam comparecer, acompanharam a procissão e a celebração da santa missa que foi transmitida pela Rádio Rio Mar em 103,5 MHz, e também pelas postagens de vídeos e fotos realizadas nas redes sociais da rádio e da arquidiocese de Manaus.

Após a procissão, a multidão se posicionou na frente do altar improvisado na área externa da paróquia, onde participaram da santa missa celebrada por Dom José e concelebrada pelos padres Redentoristas. Durante a homilia, Dom José comentou sobre o papel da Mãe de Jesus. “Faça tudo o que ele vos disser, um conselho dado nas bodas de Canaa e que atravessou os séculos e, se queremos viver bem e alcançar a felicidade, devemos ter uma proximidade com a palavra de Deus, pois foi na escuta da palavra que a jovem Maria recebeu o anuncio que seria a mãe do salvador e com ela temos a certeza que Deus tem seu coração voltado para nós. Maria é o presente que Jesus nos deu aos pés da cruz, para que ela pudesse estar conosco em todos os momentos”, explicou o bispo auxiliar.

História da imagem

A imagem foi encontrada em 1717 pelos pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves nas águas do rio Paraíba, próximo do Porto de Itaguaçu, na Vila de Guaratinguetá, em São Paulo. Os três estavam há dias sem pescar e com a missão de levar peixe para a festa de recepção do famoso Conde de Assumar, Dom Pedro de Almeida, governante da capitania da cidade de São Paulo e de Minas de Ouro na época, que estava de passagem pela cidade.

Esperançosos eles fizeram uma oração pedindo a ajuda da Mãe de Deus para que voltassem fartos de peixes para a festança. Quando estavam quase desistindo da pescaria, João Alves arremessou a rede novamente e fisgou uma parte do corpo da imagem escura de Nossa Senhora Aparecida. Emocionado, lançou a rede pela segunda vez conseguindo fisgar a cabeça da imagem. Em seguida veio o milagre. As redes enchiam-se de peixes, o que os deixou preocupados com o perigo do barco virar e perder todos os peixes apanhados

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