Cáritas Arquidiocesana promove coletiva de imprensa para apresentar situação dos abrigos dos refugiados venezuelanos

Dez veículos de comunicação locais estiveram presentes na coletiva de imprensa realizada manhã desta quarta-feira, 4/7, no auditório da Fundação Rio Mar, pela Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Manaus, a pedido da Cáritas Arquidiocesana, que sentiu a necessidade de expor a real situação dos refugiados Venezuelanos, que estão migrando da Venezuela para a cidade de Manaus e cobrar do poder público, providências referente a entrega e funcionamento efetivo do abrigo de migrantes venezuelanos localizado no bairro Coroado.

A Igreja católica esteve representada pelo Pe. Orlando Gonçalves Barbosa, vice-presidente da Cáritas Arquidiocesana; Pe. Valdecir Molinari, assessor da Pastoral do Migrante e Rosana Nascimento, coordenadora da Pastoral do Migrante. Também estiveram presente na coletiva, a representante da Defensoria Pública da União no Amazonas (DPU-AM), Dra. Lígia Prado da Rocha; do Ministério Público Federal (MPF), Dra. Michèle Diz y Gil Corbi; e do Ministério Público do Trabalho (MPT), Tathiane Menezes do Nascimento, que vão ter a oportunidade de ajudar e orientar o Estado e o Município para que de fato haja de urgência, uma casa de acolhimento, que é a Casa de Acolhida do Coroado.

Segundo padre Orlando, as casas que a sociedade civil, no caso a igreja católica, disponibilizam para acolhida, estão superlotadas e todos os dias chegam dezenas de pessoas que não tem aonde ficar, mas que não parece ser tanto porque, diferentemente do que aconteceu com os venezuelanos indígenas, eles não ficam nas ruas, mas a demanda de atendimento diário realizado pela Cáritas junto a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) já chegou a atender 80 pessoas num único dia. Daí vem a importância de contar com a ajuda do Estado e do Município no sentido de ajudar acolher a grande quantidade de imigrantes que chegam.

“O projeto de interiorização proposto pelo Governo Federal para os imigrantes venezuelanos, começou em abril, e nos acolhemos cerca de 190 pessoas nas quatro casas de acolhimento, que estão sob os cuidados da Cáritas e da Pastoral do Migrante, mas até agora ainda não aprontou a Casa de Acolhimento do Coroado, que será responsável por atender os demais venezuelanos interiorizados que estão chegando, sem falar a demanda direta, ou seja, aqueles que chegam por contar própria. Por isso é importante essa coletiva porque vamos demarcar um tempo, no máximo 30 dias, para que as autoridades responsáveis, organizem o processo de acolhimento desses novos venezuelanos que estão chegando, assim também como a entrega do abrigo do Coroado”, explicou Pe. Orlando.

De acordo com a Defensora Pública, Lígia Prado, uma das próximas recomendações que serão feitas para o governo estadual e à prefeitura, é capacitação e identificação dos imigrantes que chegam no estado, por meio de levantamento de dados estatísticos. “Nós precisamos ter uma noção real da quantidade de imigrantes que estão vindo para o Amazonas e pretendem se estabelecer aqui, pois a nossa preocupação também é esse processo contínuo de entrada e permanência de imigrantes no Estado. Com relação ao abrigo, está meio obscuro para nós quais são os entraves que a Prefeitura está encontrando para terminar as obras. Vamos pedir que nos esclareça quais verbas estão recebendo e como estão sendo destinadas, além de cobrar um cronograma efetivo de finalização da casa de acolhida”, disse Dra. Lígia.

Atuação da Pastoral do Migrante

Segundo o Pe. Valdecir Molinari, pároco da paróquia São Geraldo, localizada na Av. Constantino Nery, a congregação dos padres missionários de São Carlos, que trabalha dentro da igreja com o carisma da migração, tem duas casas que estão totalmente lotadas: uma é o abrigo no bairro do Santo Antônio, com mais de 40 pessoas e o abrigo no bairro do zumbi, que ainda abriga família de haitianos. Por isso, quanto mais antes o Processo de Interiorização for colocado em prática, mais cedo poderão abrigar os irmãos venezuelanos que chegam e aos poucos começam a tomar conta das ruas e rodoviárias, por não terem local onde ficar

“Os que chegam hoje, nós não temos mais como estar abrigando nessas casas e acabamos abrigando lá na paróquia até achar uma outra alternativa. O que estamos cobrando é que a prefeitura possa entregar o mais breve possível esse abrigo no Coroado que com certeza atender uma grande quantidade de pessoas e famílias. Por isso estamos aqui hoje, enquanto Pastoral do Migrante, com o objetivo de chamar atenção para que o poder público, assim como a igreja, também faça o seu papel de maneira concreta e em parceria com os municípios e com os prefeitos, pois não estamos vendo isso acontecer concretamente”, disse.

Objetivo Alcançado

De acordo com Pe. Orlando, o objetivo foi atingido, agora basta esperar o prazo de 30 dias para que o município possa executar a política que tem que realizar e dar o suporte que a igreja precisa. ”Agradecemos o espaço da Rádio e Fundação Rio Mar que acolheu esse momento social da nossa igreja, com a participação de todos os entes da questão dos direitos das políticas públicas e sobretudo ter todos os meios de comunicação presentes, para chamar a atenção da sociedade civil e do governo, para que possam a política pública de acolhimento dos imigrantes refugiados, agora nos resta aguardar o prazo estipulado de 30 dias contando a partir de ontem”, comentou Pe. Orlando.

 

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