Homilia – Arcebispo reflete sobre a importância de crer no Corpo de Cristo – “Corpus Christi”

Na íntegra, a homilia do arcebispo metropolitano de Manaus, Dom Sergio Eduardo Castriani, proferida durante a Festa de Corpus Christi realizada no dia 31 de maio deste ano.

 

Meus irmãos e minhas irmãs,

Hoje, depois da Santa Missa, percorreremos em procissão as ruas do centro histórico de Manaus. Levaremos no ostensório uma hóstia que será consagrada nesta celebração.

Com cânticos de adoração, entremeados por silêncios reverenciais, expressaremos de forma eloquente a nossa fé, na presença real de Jesus no pão consagrado. Iluminados pelo prefácio da oração eucarística de hoje, meditemos sobre os frutos da Santíssima Eucaristia.

Era a véspera da paixão quando Jesus, reunido com os apóstolos na última ceia, para que a memória da cruz salvadora permanecesse para sempre, se ofereceu ao Pai como cordeiro sem mancha e foi aceito como sacrifício de perfeito louvor.

Não podemos esquecer nunca o quanto custa a vida. Para que nós pudéssemos estar aqui hoje, quantos antes de nós abraçaram a cruz salvadora? Quantos perderam a vida para que nós pudéssemos viver?

A Eucaristia tornando presente o sacrifício da cruz não nos deixa esquecer o quanto custou a nossa salvação. Na simplicidade do sinal, um pedaço de pão, Deus se entrega como alimento que nutre e santifica. Em primeiro lugar fazendo de todos um só coração. É pelo coração que começam as grandes transformações. Enquanto os corações estiverem endurecidos, a realidade não muda.

Adorar o Santíssimo Sacramento do altar é reconhecer que o poder de Deus é fraqueza para o mundo. A participação na Eucaristia ilumina os povos com a luz da mesma fé. Acreditar que Deus está presente num pedaço de pão é algo objetivo, concreto, material. É o melhor antídoto para os subjetivismos e relativismos de nossa cultura atual.

A fé na eucaristia nos iguala a todos. Diante da hóstia consagrada somos todos adoradores. Na adoração eucarística voltamos a simplicidade do presépio, onde Deus simplesmente está conosco e isto nos basta, porque é uma presença amorosa.

Somos congregados na mesma caridade. A caridade é própria das vidas eucarísticas. Nas comunidades ribeirinhas, onde raramente se celebra uma missa, nem por isto as pessoas deixam de ter vida eucarística. A presença real no pão e vinho consagrados também está na palavra proclamada e na assembleia reunida.

Se é preciso ter um ministro ordenado para que se realize plenamente o sacramento, é também verdade que uma vez celebrado ele se prolonga nos sinais.

Neste ano do laicato louvamos a Deus pelo Corpo de Cristo que é a Igreja. São principalmente os leigos e leigas que formam este corpo. Corpo que continua a sofrer as dores da Paixão na espera da revelação final. Corpo que se aproxima da mesa de tão grande mistério para encontrar a garantia da vida eterna.

A fé que nada mais pergunta e adora em silêncio. Respondamos a Palavra que nos foi anunciada quando. Aproximemo-nos da Eucaristia para sermos sal da terra, recusando-nos a entrar no caminho da violência superando o desejo de vingança pelo perdão, não nos deixando corromper e nem corrompendo quando se trata do bem comum, acreditando no outro e não destruindo o seu bom nome.

Seremos luz para o mundo se formos alegres e felizes na vivência da nossa fé, uma fé operante e transformadora.
E assim seremos sal e luz na Igreja e no mundo , quando iluminarmos nossa existência com a eternidade como limite do ser humano, cuja vida se abre para o mistério divino que se fez matéria, comida, doando-se totalmente a sua criação. Diante de tal mistério só nos resta a fé.

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