Bispos eméritos reúnem-se no Rio de Janeiro no 4º Encontro Nacional

Dentre os presentes estiveram o bispo emérito Dom Mário Pasqualotto e o arcebispo emérito Dom Luiz Soares, ambos da Arquidiocese de Manaus.

Com o tema  “O bispo emérito numa Igreja em Saída”, a Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está realizando de 11 a 14 de setembro o 4º Encontro Nacional dos Bispos Eméritos, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro (RJ). A iniciativa pretende reunir todos os bispos eméritos do Brasil, hoje mais de 170, para a ‘troca de experiências e partilhas’.

Em consonância com a primeira Exortação Apostólica do papa Francisco, a Evangelii Gaudium, a temática do encontro expressa o apelo do pontífice para que a Igreja seja uma “Igreja em Saída”. “Estamos analisando qual é o papel do bispo emérito neste contexto de Igreja em Saída e, acima de tudo, estamos falando sobre o aspecto missionário que o bispo emérito tem em termos de evangelização e missão”, afirma dom Luiz Soares vieira, presidente da Comissão Especial para Bispos Eméritos da CNBB, que organiza o encontro.

O sentido do bispo emérito

De acordo com o assessor da comissão, padre João Cândido, o encontro foi uma oportunidade para a Igreja no Brasil mergulhar e compreender o sentido do bispo emérito. “Tivemos a possibilidade de aprofundar o sentido do bispo emérito: de que maneira os anos como o bispo diocesano o marcou e como tem sido a vida agora. É muito importante olhar os aspectos bíblicos da vida e da espiritualidade, da eclesiologia e canônicos, da visão do que é a Igreja para esses bispos eméritos. A experiência desses irmãos nos enriquece”, destacou.

O sacerdote ainda recordou daqueles que já possuem a saúde debilitada, mas que, ainda na doença, dão testemunho do amor a Deus e à Igreja. “Mesmo não estando à frente de uma diocese, eles continuam como bispos e podem, como já vimos tantos, contribuir nas várias atividades pastorais. Muitos estão com o estado de saúde mais delicado, como por exemplo Dom Gerardo Dantas, bispo auxiliar emérito do Maranhão, que, há quase três anos num leito, sem falar, andar ou realizar movimentos, está firme, sereno e é um bonito sinal de fé para todos nós”, pontuou.

Padre João Cândido também acrescentou que a CNBB tem publicado um boletim intitulado “Marcas no caminho”, no qual serão divulgados os testemunhos de diversos bispos que contribuíram com a Igreja no Brasil. “Publicamos o testemunho de Dom Erwin Krautler, que completou 40 anos na Prelazia do Xingu, no Pará, considerada a maior do mundo, do bispo francês Dom Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges, que atua no Maranhão há mais de 50 anos, além de outros. Agora, no próximo boletim, vamos publicar o testemunho de Dom Getúlio Teixeira Guimarães, de Cornélio Procópio, no Paraná”, comentou.

O bispo emérito e a Igreja em saída

Vivemos um período em que o mundo atravessa, rapidamente, constantes mudanças e, por isso, a Igreja necessita, cada vez mais, abandonar os muros e adentrar as periferias, conforme pede o Papa Francisco na Exortação “Evangelii Gaudium”. Mas qual seria o lugar dos bispos eméritos nessa caminhada?

A questão foi abordada durante o encontro por Dom Paulo Mascarenhas Roxo, bispo emérito da Diocese de Mogi das Cruzes (SP). “O bispo emérito tem lugar na Igreja atual, que está saindo em missionariedade. O sentido da missão é o aspecto de que a pessoa vai ao lugar onde há necessidade do anúncio do Evangelho. Porém, somente o anúncio não basta. É preciso que haja a ação do Espírito Santo para que a pessoa creia e se entregue a Cristo pela fé. Então, a nós, bispos eméritos, cabe esta missão: ‘pressionar’ o Espírito Santo para que Ele trabalhe através do missionário”, frisou.

Ainda de acordo com Dom Paulo, uma das principais responsabilidades dos bispos eméritos, hoje, é dar um bonito testemunho de vida. “O nosso testemunho deve ser aquele próprio de vivência do Cristo Jesus. Hoje em dia, o povo deveria ver no bispo emérito a fisionomia de Jesus: manso e humilde, uma pessoa alegre, feliz no que faz, com imenso desejo de mostrar esse Jesus para os outros, como testemunho de vida. O bispo emérito, hoje, poderia falar pouco, mas dar um testemunho muito bonito de vida”, finalizou.

Um exemplo para todos’

No encontro, ainda foi abordada a temática dos migrantes e refugiados, que saem de seus países de origem devido às guerras civis, e buscam auxilio no Brasil para recomeçarem suas vidas.

Além disso, a preocupação com a saúde dos bispos eméritos também foi levada em consideração. Por isso, eles participaram de palestras com médicos e especialistas. Ainda dentro da programação, os bispos eméritos assistiram a um filme que narrou a história de uma pessoa em busca da libertação de seu povo.

Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani comentou que a experiência dos bispos eméritos é um exemplo de vida para todos. “É a segunda vez que os bispos eméritos se reúnem no Rio de Janeiro para refletir sobre a vida, a missão e a contribuição que cada um pode fazer à Igreja no Brasil. Nós os acolhemos com muita alegria e pedimos a Deus que abençoe e conduza a todos. A experiência de cada um é um exemplo para todos nós nesta caminhada da Igreja hoje”, completou.

Com informações da Arquidiocese do Rio de Janeiro

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