Com o tema “Vida em primeiro lugar”, a 23ª edição do Grito dos Excluídos reuniu na tarde desta quinta-feira (7) aproximadamente mil pessoas ligadas a movimentos sociais, sindicatos e setores da igreja católica, para reivindicar políticas públicas. A concentração foi na avenida Itaúba, Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus.
O grupo se reuniu em frente a Escola Estadual Irmã Helena, caminhou até a Bola do Produtor com cartazes pedindo o fim da Medida Provisória que extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca).
De acordo com Dom Sergio Castriani, bispo de Manaus, o movimento, que completa 23 anos, é realizado em todo o País. Ainda segundo Dom Sérgio, os principais grupos que a igreja considera desprovido de direitos básicos no Estado são as comunidades ribeirinhas, indígenas e moradores de periferia na capital do Amazonas.
“A política não representa os mais excluídos. Na verdade, a política vem provocando danos e a prova disso é a corrupção”, disse o bispo.
O estudante de engenharia Rafael Ribeiro que participa pela primeira vez do evento conta que a participação é de extrema importância devido a liberdade de expressão, ainda mais no momento em que se encontra o país.”Estamos aqui justamente para dar um grito de liberdade aos excluídos. Chegou o momento de termos que lutar por coisas básicas, como a saúde, segurança, moradia e transporte coletivo, isso deveria ser visto pelos nossos políticos que só querem saber de nos roubar”, ressaltou.
Sobre o Grito dos Excluídos
De acordo a CNBB, o Grito dos Excluídos é um conjunto de manifestações populares que vem ocorrendo no Brasil, desde 1995, ao longo da Semana da Pátria, no Dia da Independência do Brasil, em 7 de setembro. Estas manifestações tem o objetivo permanente de dar visibilidade aos excluídos da sociedade, denunciar os mecanismos sociais de exclusão e propor caminhos alternativos para uma sociedade mais inclusiva.
Sua origem remonta à Segunda Semana Social Brasileira, promovida pela Pastoral Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada entre 1993 e 1994, quando estava à frente da Pastoral Social o bispo Dom Luiz Demétrio Valentini. Embora a iniciativa esteja diretamente ligada à CNBB, desde o início diversos organismos participam do movimento: as igrejas do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, movimentos sociais, organizações e entidades envolvidas com a justiça social.
O mesmo é carregado de simbolismo, é um espaço de animação e democrático, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. É uma oportunidade para discutir os problemas e apontarmos soluções para nosso município, sobretudo para aqueles que mais necessitam.
O Grito não tem um “dono”, é de todos e todas que queiram se unir na luta por garantia de direitos, ao acesso à saúde pública, educação de qualidade, ao direito a moradia digna, ou seja, aos direitos básicos, e exigir que o Estado assuma suas responsabilidades na garantia de direitos básicos.
Ao mesmo tempo o Grito é um espaço de manifestação e pressão popular mobilizando as Pastorais, Movimentos sociais para denunciar os direitos violados e reivindicar políticas públicas. O evento tem o compromisso de denunciar este sistema de morte e anunciar a vida para todos!
Bruna Chagas
EM TEMPO
Matéria publicada no dia 07/09/2017, confira pelo link: http://www.emtempo.com.br/grito-dos-excluidos-leva-mil-pessoas-as-ruas-na-zona-leste-de-manaus/