Pastorais Sociais do Regional Norte 1 discutem caminhos para enfrentar o sofrimento dos povos da Amazônia

Ser uma Igreja em saída, que faz realidade a proposta do Vaticano II de unir fé e vida, é um dos elementos que deve marcar o caminhar da Igreja do século XXI. Movidos por esse intuito, as Pastorais Sociais do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) têm se encontrado em Manaus, a partir desta sexta-feira (16/6), para participar de um seminário de formação, com a assessoria de Frei Olávio Dotto, Assessor das Pastorais Sociais da CNBB.

Dom Adolfo Zon, bispo de Alto Solimões e referencial das Pastorais Sociais do Regional Norte 1, enfatizou sobre a importância do encontro como momento para “criar critérios de discernimento e ação para que todos tenhamos um mesmo agir, desde os mesmos valores”. Além disso, o bispo de Alto Solimões, insiste na necessidade de “tomar consciência da dimensão social da fé”, sem esquecer da dimensão política das Pastorais Sociais, que “nos envolve a todos”, e nos leva a trabalhar em conjunto, pois “caminhando sozinho ninguém não vai conseguir nada”.

Na realidade amazônica, o papel das Pastorais Sociais, segundo o frei capuchinho Paulo Xavier, é “tecer a rede nesse sentido de perceber a valiosidade, a importância, desse compromisso das Pastorais Sociais”, mostrando assim o compromisso da Igreja com os empobrecidos, “com realidades ensurdecedoras que nós precisamos também ouvir”.

A Irmã Deliris Brun, da Articulação da Cáritas Norte 1, insistiu que a organização das Pastorais Sociais na Amazônia deve ajudar o enfrentamento das tantas situações de sofrimento, tornando-se vida para as comunidades e para os povos tradicionais da nossa região, desempenhando o papel de juntar, animar, organizar e fortalecer a vida, em abundância, para o povo.

Para Frei Olávio Dotto, assessor do encontro, as Pastorais Sociais tem uma importância fundamental na vida da Igreja, na vida do povo e na Amazônia são chamadas a ajudar a transformar a sociedade juntamente com as outras forças vivas presentes na região.  Ressaltou ainda a necessária proximidade com os quilombolas, ribeirinhos, povos indígenas, fazendo realidade aquilo que o Papa Francisco sempre insiste: “Não ter medo de se fazer presente na vida das pessoas, nas periferias geográficas, nas periferias existenciais”. “Não podemos esquecer que quanto mais próximos estivermos das necessidades do povo, ajudando na luta por seus direitos, mais vamos ser uma Igreja em saída, profética, que vive e dá testemunho do Evangelho”, destacou.

Durante o seminário foi abordado, mais uma vez, a importância da Rede Eclesial Pan-Americana (REPAM) e da encíclica Laudato Si como elementos que podem contribuir para um maior intercâmbio entre as diferentes realidades que estão presentes na Amazônia, contribuindo para que a Igreja da Amazônia tenha um rosto e coração amazônicos.

Colaborou: Luís Miguel Modino – Missionário da Diocese de São Gabriel da Cachoeira.   

Fotos: Irmã Rose Bertoldo   

                 

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