Arquidiocese de Manaus realiza a abertura da CF 2017 no Parque do Mindú

Foi dado o “start”. Agora é oficial, está aberta a Campanha da Fraternidade (CF) 2017, que tem por tema: “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” e o lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15). O evento, realizado pela Arquidiocese de Manaus, aconteceu às 9h desta quarta-feira no Parque Municipal do Mindú, local estrategicamente escolhido pela Coordenação de Pastoral, em parceria com outros grupos, que teve como objetivo, promover reflexões sobre a nossa relação com a criação, despertando para o cuidado e preservação da natureza, como nos pede o Papa Francisco na Encíclica Laudato Si.

O Parque Municipal do Mindu, foi o local escolhido por ser um espaço com um ecossistema perfeito, completo, ecologicamente representativo onde podemos ver muitas espécies de árvores, no entanto, seu igarapé tem suas águas poluídas, pois o meio ambiente vem sofrendo uma séria crise. Neste local há um contraste entre a beleza da natureza e a degradação de um igarapé, e diante disso, queremos fazer um apelo à sociedade quanto à sua relação com a natureza, alertando para a necessidade de cuidado que cada um devemos ter com a criação”, explicou Pe. Geraldo, Coordenador de Pastoral.

E foi exatamente o que se viu hoje durante a abertura, onde estima-se que cerca de mil pessoas, entre leigos e religiosos, vindas de todos os setores da Arquidiocese de Manaus estiveram presentes para juntos participarem com muita alegria do evento que teve a frente o Arcebispo Metropolitano de Manaus, Dom Sergio Castriani. A abertura foi dividida em quatro momentos, após a acolhida e as boas vindas, todos os presentes foram convidados a fazer uma caminhada reflexiva e em silêncio na trilha como o objetivo de comtemplar a natureza como forma de respeito e admiração por tudo que ela oferece de graça a todos.

A caminhada teve sua primeira parada na Praça da Paz, localizada no centro do Parque, onde o grupo Lamento da juventude realizou uma breve apresentação teatral chamando atenção para a importância de se cuidar e preservar os biomas. Após esse momento, a caminhada seguiu até as margens do igarapé do Mindú, onde Dom Sergio e mais algumas autoridades presentes, realizaram o plantio de uma árvore Sumaúma, como forma de gesto concreto da abertura da campanha. Depois disso, todos retornaram ao anfiteatro para participar da celebração do Perdão, leitura do Evangelho e homilia de encerramento de Dom Sergio.

Durante o seu discurso, Dom Sergio focou nos cuidados que devemos ter com a natureza e com a vida, e salientou mais uma vez a importância de cada um assumir suas responsabilidades para a preservação dos biomas brasileiros . “A CF acontece durante a quaresma e por isso tem caráter penitencial e quer que vejamos os biomas como dons de Deus, que devem ser respeitados e cuidados, antes de tudo devemos também contemplar a beleza de cada bioma, nos encantar com os cantos dos pássaros, com a exuberância das flores e exigir das autoridades públicas que assumam suas responsabilidades para com o meio ambiente. Não percamos a esperança, esse mundo tem jeito, basta cada um de nós assumir o compromisso de mudar de atitude”, finalizou.

Ao final do evento, o sentimento de satisfação com o que viram estava estampado no rosto de cada participante que, de maneira unânime, elogiaram desde a escolha do local, até a organização do evento que fez tudo transcorrer da melhor maneira possível. “Sempre venho nas aberturas da CF, mas esse ano houve um diferencial, a equipe de organização escolheu o local ideal, onde todos estivemos em contato com a natureza e tivemos uma programação toda especial para entendermos um pouco mais a importância dos biomas”, disse Maria da Luz, Ministra da Eucaristia da Área Missionaria Santa Margarida de Cortona, pertencente ao Setor Dom Luiz Soares Vieira.

Um pouco mais sobre a Campanha da Fraternidade

Trata-se de uma campanha que envolve a comunidade católica com diversas ações pastorais em todas as regiões do Brasil, sempre abordando temas atuais, que a cada ano propõe uma transformação social e comunitária, seja ela em desafios sociais, econômicos, culturais e até mesmo religiosos, onde toda a população envolvida na Campanha da Fraternidade é convidada a ver, julgar e agir. A Campanha da Fraternidade sempre começa na quarta-feira de cinzas e acontece durante o ano todo, não termina depois da Páscoa como muitos pensam.  Durante o período de realização ocorrem diversas ações pastorais, e o tema escolhido é trabalhado, debatido e refletido com a comunidade, com uso de ferramentas como cartazes, desenhos, músicas, texto-base, textos voltados para cada pastoral, vídeos e muito mais.

Um pouco mais sobre o Parque do Mindú

A história do Parque Municipal do Mindu,localizado na Rua Perimetral, s/n, no Parque Dez de Novembro, tem suas raízes nos anos de 1940, quando da instalação da gruta em homenagem à Nossa Senhora de Lourdes, às margens do igarapé que dá nome ao Parque, pela então proprietária (já falecida) da área conhecida naquele momento como Sítio da Pedreira. Com a venda da propriedade, no início de 1960, para os Padres Redentoristas da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (frequentado pela antiga proprietária, Dirce Ramos, devota de Nossa Senhora), o local passou a ser utilizado como retiro para a Comunidade Salesiana, que desenvolveu diversas atividades na área, como o plantio de árvores frutíferas e cultivo de hortaliças. No final dos anos 60 e início de 1970, o igarapé do Mindu começou a apresentar sinais de poluição, decorrentes, principalmente, dos esgotos domésticos e resíduos sólidos lançados diretamente sobre o seu leito.

Em 1975, com o aumento da poluição do igarapé do Mindu, já considerado desde esta época impróprio para a balneabilidade, o terreno foi vendido para o Ministério da Fazenda, que o incorporou à área verde da cidade de Manaus. A área passou a ser alvo de interesses imobiliários e dos processos de invasões e desmatamentos. Contrários a esta situação, em 1989 os moradores do Parque Dez de Novembro iniciaram um movimento popular, visando à defesa e preservação do local, que culminou no seu posterior reconhecimento como área protegida do município de Manaus. Em 18 de março de 1992, com a visita da primeira ministra da Noruega, Gro Harlem, por meio do gesto simbólico do plantio de uma muda de Sumaúma (Ceiba pentandra), inaugurou-se, o que é considerado o “marco legal” para a criação do Parque.

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