Pastoral do Menor lança em Manaus a campanha “Dê Oportunidade. Faça diferente, ninguém nasce infrator”

Com o objetivo de levar à sociedade um outro olhar sobre o adolescente que cometeu ato infracional, a Pastoral do Menor (Pamen), organismo da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou na tarde desta sexta-feira (02/12), a campanha “Dê Oportunidade. Faça diferente, ninguém nasce infrator”. O evento aconteceu no auditório da Secretaria de Estado de Assistência Social do Amazonas (SEAS), localizada na Avenida Darcy Vargas, ao lado da UEA, e contou com a presença do Arcebispo Metropolitano de Manaus, Dom Sérgio Castriani e de representantes de instituições que garantem os direitos dos menores, como: juizados, defensoria pública, ministério público e outros.

A iniciativa visa informar, esclarecer e sensibilizar a sociedade sobre o significado humano, social e político das Medidas Socioeducativas (MSE) para a vida da sociedade e dos adolescentes autores de atos infracionais; pautar os governos e executores das políticas públicas e todos os atores dos Sistema de Garantia dos Direitos sobre as necessidade de fortalecimento a aprimoramento do Sistema Socioeducativo (Sinase); divulgar as práticas exitosas na efetivação das MSE, seja nos projetos da Pastoral do Menor como dos parceiros.

Segundo Ana Soares, coordenadora da pastoral da menor da arquidiocese e Regional Norte – 1, uma das ações do Pamen é justamente essa, lutar pelo fortalecimento das MSE, dando oportunidades para a resiliência e dignidade de adolescentes que sofreram violações transformando o ciclo da violência. “O intuito dessa campanha é trazer um olhar para sociedade, para nos analisarmos como cidadãos, o que nós temos realmente oferecido como oportunidade de desenvolvimento cultural, social, econômico e familiar que nós temos oferecidos aos jovens que comentem ato infracional. E, um dos nossos objetivos nessa campanha é fazer repensar sobre isso, ter um novo olhar para que a gente conscientize e sensibilize”, disse emocionada

Ainda de acordo com a coordenadora, a campanha é voltada para gestores de políticas públicas, sistema judiciário, conselhos de controle social e tutelares, educadores sociais, adolescentes, escolas, representantes de comunidades e movimentos sociais em geral. “A campanha vai atuar nas escolas, nas igrejas e nos espaços que são detentores de direitos e vamos ver o que podemos fazer em busca dos princípios de solidariedade, de amor, de respeito. Dados nós temos, agora nós temos que atuar junto menor, ficar junto dele e da família, esse é o trabalho que a Pamen realizou de 2006 a 2015, mas que infelizmente não conseguimos dar continuidade por falta de parceiros. Agora, esperamos conseguir algum convênio para continuar com esse trabalho diferenciado que era realizado no Lar de Santana”, explicou Ana.

Palavra do arcebispo

Um dos convidados para compor a mesa durante o lançamento oficial da campanha, foi o Arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani que, juntamente com Ana Soares, se juntaram aos outros convidados para debater um pouco sobre a importância de se discutir o tema sobre o ponto de vista da igreja e da sociedade. Durante seu breve discurso, o arcebispo salientou a fé na recuperação que todos infratores podem ter.

“A pessoa humana pode se recuperar, pois segundo a fé, a pessoa é maior do que qualquer infração, por isso não podemos nos esquecer dos pequenos, é um compromisso nosso manter acesa a chama dos compromissos com a criança e com o adolescente, a Pamen é um exemplo de onde se faz isso. Desejo sucesso a essa campanha que é uma realização boa e muito importante, visando o que está redigido no estatuto da criança e do adolescente”, comentou Dom Sérgio.

De acordo com o diácono Francisco Andrade, secretário executivo do Regional Norte 1, não é a legislação que precisa mudar e sim o modo de pensar sobre a situação do menor. “Esperamos que essa semente que está sendo plantada no lançamento dessa campanha possa germinar e que podemos trazer essa reflexão para toda a sociedade, pois como diz o fundador da Pamen, é preciso a sociedade se regenerar para poder prender o menor e julgá-lo”, comentou.

Um pouco mais sobre a Pamen

Surgiu na década de 70, impulsionada pelo ardor profético de Dom Luciano Mendes de Almeida no estado de São Paulo.  Em 1987, a CNBB escolheu realizar a Campanha da Fraternidade tendo como tema o menor a partir do Evangelho de Marcos: “Quem acolhe um menor, a mim acolhe”. Por meio dessa Campanha da Fraternidade, a Pastoral do Menor passa oficialmente a fazer parte da ação da Igreja em favor da vida e dos direitos humanos de meninos e meninas.

Hoje a Pamen atua em quatro áreas de ação: atendimento de crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social; adolescente autor (a) de ato infracional; Famílias de crianças e adolescentes; Políticas Públicas de Promoção e Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes. Desenvolve estratégias para a erradicação do trabalho infantil, violência doméstica, analfabetismo, evasão escolar, abuso e exploração sexual e outras violações de direitos.  O trabalho se realiza em 16 regionais da CNBB alcançando todas as regiões do Brasil.

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