A Rede Um Grito Pela Vida, realizou na noite desta última quarta-feira (21/9), o encontro de formação que tratou da temática “Exploração Sexual e Tráfico de Mulheres e Crianças”. O evento aconteceu no Centro de Formação da Arquidiocese de Manaus (CEFAM), localizado na Av. Joaquim Nabuco, 1023 – Centro, e contou com a presença de aproximadamente 50 pessoas que durante cerca de duas horas, debateram sobre um tema muito importante: o tráfico de pessoas e suas principais causas, sobretudo na Região Amazônica, uma das principais rotas que favorecem esse crime.
Pode até não parecer, mas muitas pessoas não tem conhecimento que todo recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de engano, do abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou de dar ou receber pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para uma pessoa ter controle sobre outra pessoa, para o propósito de exploração é considerado como tráfico de pessoas (TP) e um dos mais graves crimes de violação dos direitos humanos. Entre as modalidades dessa barbaridade estão: mendicância; adoção ilegal; casamento servil; trabalho escravo; atividades ilícitas (roubos e vendas de drogas); servidão doméstica, sem falar das mais conhecidas como a venda de órgãos e a exploração sexual.
Visando coibir o crescimento da inserção de vítimas neste mercado do crime, em 2006 foi criada a Rede Um Grito pela vida, uma instituição intercongregacional, constituída por aproximadamente 150 religiosas e religiosos de diversas Regionais e Congregações do Brasil, composta por 26 núcleos de ação espalhados em 22 estados e o Distrito Federal. Em Manaus atua desde 2010, praticando ações de enfrentamento ao tráfico de pessoas com ações de sensibilização, prevenção e informações sobre o Tráfico de Pessoas; acolhida e encaminhamento dos casos; capacitação, formação de lideranças e de grupos; mobilização social e incidência política; articulação de parceiras; entre outros, conforme explicou a Irmã Valmi Bohn, coordenadora do Núcleo Manaus, que faz parte da congregação das Irmãs da Divina Providência.
Segundo a irmã, a formação faz parte de uma programação que é realizada durante o ano inteiro, mas principalmente em datas mais específicas onde se tem uma ação mais concreta. “Nós fazemos esse trabalho durante o ano inteiro, mas tem eventos que nós fazemos atividades mas intensas, como nos dias, 8 de janeiro – dia internacional da oração pela exploração e tráfico de pessoas; 18 de maio e 23 de setembro, respectivamente o dia nacional e internacional da prevenção da exploração e tráfico de pessoas. Nosso objetivo com essa formação, é conscientizar as pessoas com relação a essa problemática com relação ao tráfico humano e capacitar para as ações que serão realizadas no dia 23 nos terminais de ônibus de Manaus, onde junto com as nossas parcerias vamos expor alguns cartazes, distribuir panfletos e dar algumas orientações aos transeuntes não só sobre Tráfico de Pessoas, mas também sobre a violência e exploração sexual principalmente contra mulheres e crianças”, disse a irmã.
Assunto abordado
Músicas, oração, bate papo descontraído, dinâmicas, essa foi a metodologia utilizada pelas organizadoras do evento, para “quebrar o gelo” com os participantes antes de tocar num tema tão polêmico que é a Exploração Sexual e o Tráfico de mulheres e crianças. Logo no inicio a Irmã Socorro Santos começou explicando sobre como funciona as áreas de atuação da Rede Um Grito pela Vida, as ações de intervenção que são realizadas ao longo dos anos e as perspectivas a serem alcanças junto aos seus parceiros.